O processo de
composição de minha cena individual partiu da necessidade de mais elementos de
avaliação para meus professores, pois perdi a data do trabalho em grupo.
O assunto seria o mesmo (masculino e feminino). Pensei; e
agora como resolver um trabalho que fora pensado por 6 pessoas, somente com meu
ser; eu? Após, refletir sobre diversas formas de materializar o tema. Optei por
expressar minha vida e agir como um performer;
ao fundir a dança com o teatro.
Logo, pus todas minhas ideias em um pequeno roteiro e a
partir desse esboço percebi que poderia somar os materiais coreográficos
produzidos por mim em aula e criar as conexões com o tema. Após, busquei
compreender de que forma a questão de gênero dialoga com minha existência, rapidamente
desvendei o caminho a trilhar.
No trabalho que apresentei no dia 24 de junho; falei
sobre meu ser enquanto alma em um corpo masculino; atribuído a ordens e padrões
de comportamento dirigidos ao homem. Todavia, como indivíduo não respeito tal
regra, pois desde muito cedo percebo que sou homossexual e tive durante toda infância
e adolescência conviver com esse preconceito e distinção, por aparentar muitas
vezes um comportamento feminino e ter apreço por elementos da ordem oposta a
meu gênero sexual. Hoje, eu sei que distribuo amor de uma forma distinta.
A cena apresentara a desconstrução do ser envolto em sua
energia considerada masculina (o homem macho); para libertar a feminilidade- ou
liberdade- de ser o que se deseja ser, mesmo que quebre padrões sociais.
Ao despir de meu corpo roupas do vestuário masculino ia
sendo revelado uma leve saia feminina e dizeres em minhas costas que
reverenciavam ao poder de escolha do ser humano em sua vida. Terminei o experimento sentado aos pés do rio
Tejo.